Cada vez mais, pacientes buscam profissionais em busca de auxílio para manejar o estresse e a ansiedade do dia-a-dia. Em geral, todos estamos submetidos a um estafante cotidiano. Ao tentar dormir, os problemas que precisam ser solucionados no dia seguinte impedem o sono de vir. O cansaço é constante.
Cobranças no trabalho, desgastes no relacionamento e conflitos em família apresentam-se como alguns dos fatores que desencadeiam o estresse e a ansiedade, talvez os grandes males de nossa geração.
Em meio a este turbilhão, uma prática surge como alternativa para ajudar o paciente a lidar com a dureza do cotidiano. Já difundida como a técnica de bem-estar que tomou conta dos sistemas de saúde dos Estados Unidos e da Inglaterra, o mindfulness veio para ficar. A prática não está relacionada a qualquer fé, crença ou religião, apesar de sua relação com as meditações do oriente.
A técnica do mindfulness
O mindfulness secular (não-religioso) começou a se popularizar com Jon Kabat-Zinn, professor da Universidade de Massachussetts, durante os anos 70 e 80. Ele vinculou ciência, meditação, psicoterapia, ioga e budismo em um curso para reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida de portadores de doenças crônicas.
O termo inglês tem como significado algo como “presença”, “atenciosidade”, no sentido de estar em lucidez com a experiência do momento presente, seja ela agradável ou não. É este o objetivo da técnica: contribuir para que o paciente esteja com consciência acerca do que está acontecendo, o que está fazendo e onde está.
Embora pareça elementar, o ato de se familiarizar com a mente agitada pode ser extremamente benéfico quando se objetiva entender, os impedimentos para o bem-estar, para uma vida com mais congruência e sentido. Alguns especialistas, inclusive, já utilizam o método para pacientes que desejam auxílio para emagrecer e para desenvolver o foco.
Foco total
Ao contrário do que costuma ser popularmente associado à prática de meditação, o mindfulness não almeja o esvaziamento da mente. Pelo contrário, propõe um estado de atenção na presença, no agora, por meio de exercícios de respiração, movimentos conscientes, conversas atentas e habituação de padrões mentais.
Benefícios do mindfulness
O método, que pode ser visto – também – como uma espécie de treinamento cerebral para lidar melhor com as situações de estresse a que estamos suscetíveis, também contribui para:
– Clarificar a forma como o paciente pensa e sente a respeito de suas experiências cotidianas.
– Desenvolver autoconhecimento.
– Perceber de que maneira a mente se liga a um círculo vicioso de comportamento.
– Prevenir o surgimento de atitudes e comportamentos não saudáveis.
– Reconhecer e mudar comportamentos habituais nocivos ao desempenho do paciente em sua área de atuação.
– Identificar os gatilhos para as reações automáticas da mente.
Para se aprofundar no método
O interesse científico por programas de treinamento em mindfulness tem aumentado consideravelmente. Por esse motivo, a técnica vem ganhando espaço e respaldo científico em importantes centros de pesquisa pelo mundo.
Saiba mais nas seguintes obras:
– Atenção Plena: Mindfulness, por Danny Penman e? Mark Williams.
– Mindfulness: atenção plena no movimento, de Tamara Russell.