O Pensamento Sistêmico é um conjunto de três paradigmas contemporâneos: Complexidade, Instabilidade e Intersubjetividade.
Em primeiro lugar, a humanidade é sistema lotada de elementos dinâmicos, longe do equilíbrio e que se relacionam em rede. Este novo paradigma é chamado de Complexidade. Buscar uma suposta essência para os relacionamentos humanos e fórmulas para controlá-los é negar a complexidade e o movimento constante e inerente aos sistemas vivos.
Segundo, os sistemas se mantêm vivos na medida em que movimentam-se em busca de um equilíbrio. Esse equilíbrio nunca é estático; ele é dinâmico. Ou seja, quando é atingido, logo se transforma e nos faz buscá-lo novamente. É como equilibrar-se sobre uma bicicleta parada: precisamos de movimento para ficarmos “estáticos” sobre ela. Portanto, ao invés de nos iludirmos que existe uma estabilidade estrutural nas relações, o paradigma da Instabilidade nos ajuda a compreender que tais aspectos são produtos de um trabalho constante dos membros deste sistema.
Por último, o paradigma da Intersubjetividade nos comprova que inexiste uma relação humana na qual um ser observa e o outro é observado. Ou seja, o produto da comunicação humana está entre a complexidade dos elementos que se relacionam. Na psicoterapia sistêmica, o paradigma da Intersubjetividade nos ajuda a explorar a pessoa da/o terapeuta. Ao invés de buscar-se uma neutralidade profissional inexistente, a pessoa (self) do terapeuta passa a ser um co-construtor do processo de saúde.
Desta forma, ao passo que o Pensamento Sistêmico é o conjunto destes paradigmas e suas características conceituais, a Terapia Sistêmica é a tomada desses na aplicação clínica. A comunicação humana é o principal foco desta abordagem. Como esta abordagem foi utilizada, nos seus primórdios, especialmente com o sistema familiar, criou-se quase que um sinônimo entre Terapia na Abordagem Sistêmica e Terapia Familiar.